No Rio de Janeiro da primeira metade do século XX, Paulette (Magda) vive sob o amparo do barão do café Rambaldo, um homem poderoso, mas já em declínio. Apesar da segurança proporcionada por ele, Paulette sente um vazio crescente, uma saudade de algo que talvez nunca tenha tido: um amor livre, intenso e verdadeiro. Durante uma festa em sua casa, onde artistas e intelectuais se reúnem, surge a conversa sobre o burburinho da cidade, e um jovem chamado Ruggero pergunta sobre a vida noturna. Todos recomendam um famoso café-confeitaria, reduto de encontros e aventuras. No impulso, Paulette decide ir ao local, disfarçada, em busca de algo que ela mesma não sabe nomear.

No segundo ato, o ambiente é a Confeitaria Colombo, um espaço vibrante, repleto de gente elegante, poetas e músicos. Lá, Paulette e Ruggero se conhecem e se apaixonam. Ele vê nela uma mulher encantadora, misteriosa e livre, sem suspeitar de sua verdadeira identidade. Entre risos, danças e olhares roubados, eles constroem um sonho a dois. Um sonho que, no entanto, não tardará a ser atravessado pela realidade.

O terceiro ato nos transporta para um refúgio à beira da Baía de Guanabara. Aqui, o tempo parece suspenso: Paulette e Ruggero vivem como se nada mais existisse. Mas a ilusão começa a se desfazer. Ruggero, inocente e apaixonado, acredita que encontrou a mulher ideal para casar, para construir uma vida longe de tudo. Quando ele fala sobre escrever para sua mãe pedindo a bênção para o casamento, Paulette percebe que esse amor, por mais verdadeiro que seja, está fadado à dor. O passado a acompanha como uma sombra – e, ainda que deseje romper com ele, sabe que nunca será a mulher que Ruggero imagina.

Sem revelar toda a verdade, mas confessando o suficiente para destruí-lo, Paulette decide partir. Assim como a andorinha que retorna ao seu ninho, ela se despede do sonho e volta à sua vida anterior, deixando para trás um amor que não poderia florescer.